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📉 Menos Ações, Maior Alcance: O Novo Panorama da Educação Financeira no Brasil

O cenário da educação financeira no Brasil passou por transformações profundas em 2024.

Um levantamento realizado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) revelou que o número total de ações de educação financeira caiu para 229 iniciativas, o que representa uma redução expressiva de 57% em relação ao último estudo, realizado em 2017.

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Apesar da diminuição quantitativa, o aspecto qualitativo trouxe avanços significativos: os projetos agora atingem um público muito maior, com estratégias mais focadas e impacto ampliado.

Essa mudança reflete um reposicionamento do setor, que busca mais efetividade e capilaridade nas ações.

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✅ Uma Queda Numérica com Crescimento de Alcance Nacional

Em termos de capilaridade, os números impressionam. Em 2024, 29% das ações alcançaram mais de 10 mil pessoas, um crescimento de três vezes em comparação aos 9% de 2017.

Esse dado revela que, mesmo com menos eventos, os organizadores estão conseguindo atingir públicos maiores, seja por meio de eventos online, parcerias estratégicas ou formatos híbridos.

O foco, que antes era pulverizado em diversas pequenas ações isoladas, agora se concentra em grandes campanhas de impacto, com melhor planejamento, execução e mensuração de resultados.

✅ Quem Está Liderando as Iniciativas de Educação Financeira?

O estudo também apontou uma mudança importante no perfil das instituições que lideram as iniciativas:

  • Instituições do mercado financeiro: 47%

  • Escolas e universidades: 28%

  • Setor de serviços: 10%

  • Indústria: 1%

  • Comércio: 1%

  • Outros setores: 13%

Essa distribuição destaca o protagonismo contínuo do setor financeiro, mas também evidencia a entrada cada vez mais significativa das instituições de ensino, que passaram a incluir o tema em currículos escolares, cursos de extensão e programas de responsabilidade social.

A participação do setor de serviços e de outros segmentos também indica uma diversificação no perfil dos promotores de educação financeira, envolvendo ONGs, empresas de tecnologia, startups e órgãos públicos.

A Digitalização e o Crescimento dos Formatos Híbridos

Um dos fatores decisivos para o aumento do alcance foi a aceleração digital. Se em 2017 apenas 18% das ações eram realizadas em formato híbrido, combinando atividades presenciais e virtuais, em 2024 esse índice saltou para 58%.

Esse avanço foi impulsionado não apenas pela pandemia, que obrigou as instituições a migrarem para o digital, mas também pela popularização de ferramentas como:

Principais Ferramentas de Educação
🎓 Ferramenta Descrição
 Webinars Sessões online ao vivo focadas em temas educacionais específicos.
 Lives em Redes Sociais Transmissões ao vivo via plataformas como Instagram, Facebook e YouTube para interação em tempo real.
 Plataformas de Ensino a Distância Ambientes virtuais que oferecem cursos e conteúdos educativos para acesso remoto.
 Aplicativos de Educação Financeira Apps que auxiliam no controle financeiro pessoal e aprendizado sobre finanças.

 

Além disso, a ampla maioria das ações continuou sendo gratuita (74%) e com abrangência nacional (70%), demonstrando o esforço coletivo para democratizar o acesso ao conhecimento financeiro em todas as regiões do Brasil.

✅ Influenciadores Digitais: Os Novos Protagonistas da Educação Financeira

O papel das redes sociais e dos influenciadores digitais ganhou destaque absoluto no relatório da Anbima.

De acordo com o levantamento, os influenciadores de finanças pessoais somam hoje mais de 200 milhões de seguidores no Brasil.

Essa força de comunicação tem sido essencial para:

  • Popularizar conceitos econômicos

  • Traduzir termos técnicos em linguagem acessível

  • Engajar públicos jovens e das classes C e D

  • Desmistificar temas como investimentos, crédito e planejamento financeiro

Segundo Marcelo Billi, superintendente de sustentabilidade, inovação e educação da Anbima: A ampliação do alcance das ações é fruto direto da profissionalização do setor e da força das redes sociais.

Os influenciadores têm tornado a educação financeira mais acessível, atrativa e presente no cotidiano dos brasileiros.

A estratégia de combinar influência digital com conteúdos institucionais tem criado uma nova dinâmica, onde vídeos curtos no TikTok, Reels no Instagram e séries no YouTube complementam cursos mais longos e materiais didáticos.

✅ Desafios Estruturais Persistem

Apesar dos avanços notáveis, o estudo da Anbima aponta vários desafios ainda não superados:

📌 Falta de Periodicidade

Grande parte das ações continua sendo pontual, sem cronogramas de longo prazo.

Isso prejudica a continuidade do aprendizado e dificulta a formação de hábitos financeiros saudáveis entre os participantes.

📌 Inclusão Socioeconômica Limitada

Embora o alcance tenha crescido, muitos projetos ainda não consideram adequadamente as realidades socioeconômicas de públicos mais vulneráveis.

A falta de adaptação regional, cultural e de linguagem limita o impacto em áreas periféricas e em populações de baixa renda.

📌 Formação de Educadores

Outro gargalo apontado é a escassez de programas voltados para a formação de educadores financeiros.

Sem uma base sólida de profissionais capacitados, a qualidade do ensino pode ficar comprometida, mesmo com boas intenções e recursos tecnológicos.

📌 Baixa Integração com Políticas Públicas

O levantamento também destacou a necessidade de maior articulação com políticas públicas, especialmente nas redes de ensino fundamental e médio.

A falta de uma estratégia nacional estruturada limita o potencial de transformação da educação financeira no Brasil.

✅Metodologia da Pesquisa: Um Panorama Abrangente

A pesquisa foi realizada pela Anbima em parceria com o instituto Plano CDE, conhecido por sua atuação em estudos sociais e de mercado. O levantamento incluiu:

  • Aplicação de questionários a empresas, instituições de ensino, ONGs e órgãos públicos de todas as regiões do país.

  • Entrevistas qualitativas com promotores e beneficiários das ações, buscando entender motivações, desafios e expectativas.

  • Análise comparativa com dados de 2017, para avaliar a evolução do cenário.

Essa abordagem permitiu um mapeamento detalhado do setor, trazendo uma leitura crítica e construtiva dos avanços e das lacunas ainda existentes.

✅ Casos de Sucesso e Exemplos Inspiradores

Algumas iniciativas citadas como exemplos de boas práticas incluem:

  • Plataformas de gamificação: Focadas no público jovem, esses apps combinam diversão com aprendizado, estimulando a criação de hábitos financeiros positivos de maneira lúdica.

  • Webinars com especialistas: Bancos e corretoras têm promovido lives e cursos online com especialistas renomados, permitindo interação ao vivo e acesso posterior às gravações.

  • Projetos sociais em comunidades periféricas: ONGs em parceria com o setor privado têm levado workshops de planejamento financeiro familiar a regiões carentes.

  • Programas corporativos de educação financeira: Empresas de médio e grande porte estão incorporando a educação financeira nas rotinas de recursos humanos, oferecendo cursos e consultorias para colaboradores.

Esses exemplos demonstram que é possível unir inovação, inclusão social e impacto real.

📌 Caminhos para o Futuro: Como Avançar de Forma Sustentável

Baseado nas conclusões da Anbima e do Plano CDE, o futuro da educação financeira no Brasil passa por cinco grandes pilares estratégicos:

  1. Institucionalização das ações

    • Definição de calendário fixo

    • Criação de indicadores de desempenho

  2. Diversidade e Inclusão

    • Desenvolvimento de conteúdos adaptados para diferentes públicos: idosos, jovens, mulheres, populações indígenas, entre outros.

  3. Parcerias Público-Privadas

    • Integração com escolas públicas, centros comunitários e programas sociais do governo.

  4. Capacitação de Educadores

    • Investimento contínuo na formação e atualização de professores, consultores e palestrantes.

  5. Inovação e Tecnologia

    • Exploração de novos formatos como podcasts, inteligência artificial, realidade aumentada e chatbots educativos.

✅ Conclusão: Um Setor em Transformação, Mas com Muito Caminho pela Frente

O estudo da Anbima reforça que, mesmo com uma redução no número absoluto de ações, o setor de educação financeira brasileiro avança em termos de qualidade, alcance e inovação.

A frase que melhor resume o cenário atual talvez seja: Menos é mais — desde que seja bem feito e com propósito.

Para que o Brasil continue progredindo, será necessário um esforço conjunto entre empresas, educadores, influenciadores, governo e sociedade civil.

O desafio agora é transformar o crescente interesse pela educação financeira em mudança real de comportamento, criando uma geração de consumidores mais conscientes, planejados e preparados para lidar com os desafios econômicos do futuro.

Autor

  • Emilly Correa é graduada em jornalismo e pós-graduada em Marketing Digital, com especialização em Produção de Conteúdo para Mídias Sociais. Com experiência em redação publicitária e gestão de blogs, alia sua paixão pela escrita a estratégias de engajamento digital. Já trabalhou em agências de comunicação e hoje se dedica a produzir artigos informativos e análises de tendências.