Educação Financeira como Pilar da Inclusão Social: A Estratégia da CNseg para Transformar o Brasil

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A Educação Financeira como o Mais Potente Programa de Distribuição de Renda
Foi durante a abertura do seminário “Seguros para Todos: educação financeira, vulnerabilidade socioeconômica e seguros inclusivos”, realizado em 12 de maio, no auditório do Ministério da Educação, em Brasília, que Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), destacou a relevância da educação financeira para o futuro do Brasil.
O evento integrou a programação da 12ª Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF).
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O seminário reuniu autoridades do setor de seguros, representantes do governo e especialistas para discutir como a inclusão securitária, previdenciária e a capitalização podem impulsionar o desenvolvimento social, reforçando a educação como uma das principais ferramentas nesse processo.
O Impacto dos Custos Financeiros e a Necessidade Urgente de Educação
Durante sua participação, Dyogo Oliveira desenhou um panorama claro das desigualdades estruturais que persistem no Brasil e defendeu o papel do setor de seguros como mitigador dessas fragilidades.
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Conforme apresentado, somente no ano de 2024, o setor segurador brasileiro desembolsou cerca de R$ 500 bilhões em indenizações, benefícios, sorteios e prêmios.
Este montante representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, superando inclusive os orçamentos de praticamente todos os ministérios federais.
O exemplo das recentes enchentes no Rio Grande do Sul foi citado para ilustrar a magnitude das perdas e a importância dos seguros.
Aproximadamente R$ 6 bilhões foram pagos pelo setor segurador em indenizações relacionadas aos desastres.
O Brasil Financeirizado e a Exclusão pela Falta de Conhecimento
Ainda segundo Oliveira, vivemos em uma sociedade profundamente financeirizada, onde compreender o funcionamento do dinheiro é uma necessidade fundamental para a cidadania plena.
Dyogo salientou que o sistema tributário brasileiro é extremamente regressivo e injusto, penalizando com mais severidade aqueles que possuem menor renda.
As famílias mais pobres acabam por assumir os maiores custos financeiros, enquanto também são as mais prejudicadas pela ausência de instrumentos de proteção como seguros.
A baixa rentabilidade de aplicações financeiras populares, como o FGTS e a poupança, agrava ainda mais esse quadro de vulnerabilidade.
A Parceria entre Susep e MEC: Educação Securitária para 40 Milhões de Estudantes
O compromisso com a ampliação da educação financeira também foi reafirmado por Airton Filho, diretor de Regulação Prudencial e Estudos Econômicos da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Ele destacou o papel da autarquia na incorporação de aspectos securitários, previdenciários e fiscais à educação financeira, expandindo a compreensão tradicional desse campo.
Para isso, foi firmado um convênio com o Ministério da Educação (MEC), que viabilizará o programa “Todos pela Educação”.
Por meio dessa iniciativa, conteúdos sobre educação financeira, seguros e previdência alcançarão mais de 40 milhões de estudantes da educação básica em todo o território nacional.
Essa iniciativa representa um passo significativo para inserir a temática da proteção financeira no cotidiano das escolas, transformando-a em um pilar da formação cidadã.
Aspecto | Descrição |
---|---|
🛡️ Papel do Seguro | Instrumento estratégico de proteção e oportunidade, não apenas um custo. |
👨👩👧👦 Relevância para as Novas Gerações | Compreensão do seguro como peça fundamental para sustentar atividades pessoais, familiares e empreendedoras. |
📈 Visão Estratégica | Contribui para a segurança financeira e estimula o crescimento de indivíduos e negócios. |
Capitalização: Incentivando a Disciplina Financeira com Propósito
Outro aspecto debatido no seminário foi o papel da capitalização na promoção da disciplina financeira. O tema foi abordado por Douglas Duran Bejo, vice-presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap).
Ele compartilhou sua experiência pessoal, revelando que, ainda jovem, foi profundamente influenciado pelo clássico livro “O Homem Mais Rico da Babilônia”, cuja leitura o motivou a reservar 10% do salário em títulos de capitalização.
Bejo destacou que a capitalização não deve ser confundida com um investimento tradicional, uma vez que não possui indexador.
Em vez disso, trata-se de uma estratégia para estimular o hábito de guardar dinheiro, oferecendo, simultaneamente, a possibilidade de concorrer a prêmios que podem multiplicar o montante acumulado.
Assim, a capitalização atua como uma alternativa de formação de reservas financeiras com um componente lúdico e motivador.
Previdência: Promovendo a Poupança de Longo Prazo e a Proteção Intergeracional
O papel social e econômico da previdência privada também foi amplamente discutido no seminário, sendo tema da fala de Bernardo Ferreira Castello, 1º vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).
Castello enfatizou que não se pode tratar de seguros de vida e previdência complementar sem antes abordar a necessidade de educação financeira.
Ele destacou que a recente pandemia da Covid-19 evidenciou esse papel social, citando que o setor pagou mais de R$ 1 bilhão em indenizações, mesmo diante de cláusulas que, em tese, poderiam excluir a cobertura para pandemias.
Por isso, a FenaPrevi mantém a educação financeira como um dos temas centrais de sua atuação, presente em todas as discussões e iniciativas promovidas pela entidade.
Educação Financeira: Transformando o Futuro do País
Ao final do painel, todos os participantes convergiram na defesa de uma ideia central: a educação financeira, previdenciária, securitária e fiscal configura-se como uma ferramenta transformadora, capaz de moldar o futuro do Brasil.
Essa visão está alinhada com o tema da 12ª Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF):
“Educação Financeira para Crianças e Jovens: Preparando a Sociedade para Escolhas Conscientes”.
Organizada pelo Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF), a Semana ENEF acontece até o dia 18 de maio e reúne instituições públicas, privadas e representantes da comunidade escolar.
O objetivo é compartilhar conhecimentos, estimular atitudes positivas e construir, desde cedo, uma base sólida para a tomada consciente de decisões financeiras por parte de todos os brasileiros.
Além disso, a iniciativa busca promover uma mudança cultural significativa, incentivando a responsabilidade e a autonomia financeira desde a infância.
Por meio de palestras, oficinas, materiais didáticos e ações interativas, pretende-se democratizar o acesso à informação e reforçar a importância de práticas financeiras saudáveis no cotidiano das famílias brasileiras.
Essa mobilização nacional busca quebrar ciclos históricos de pobreza, ampliar a proteção social e fomentar o crescimento sustentável do país, evidenciando que a educação financeira não é apenas uma política pública, mas um projeto de nação que visa garantir um futuro mais justo e próspero para todos.